Van Halen sempre foi lembrado como um dos nomes mais fortes do heavy metal, mas a banda também ousou experimentar outros caminhos sonoros. O exemplo mais marcante foi com o single Jump (1983), que incorporou elementos de glam e new wave, mostrando que seu olhar não estava preso apenas ao metal, mas também atento ao universo pop. Essa transição surpreendeu parte do público que esperava continuidade no estilo mais pesado.


Apesar da surpresa, a mudança deu certo. Jump levou a banda ao topo das paradas, sendo seu primeiro número um nos Estados Unidos. O sucesso mostrava que Van Halen estava disposto a dialogar com as tendências do mercado musical da época, mesmo que isso não fosse sempre bem-visto por críticos ou fãs mais puristas. Mas Eddie deixava claro que não nutria simpatia pelo que predominava nas rádios dos anos 1980.
Van Halen não escondia sua insatisfação com a cena pop, mas havia uma exceção: Toto. Para ele, a banda liderada por Steve Lukather conseguia unir pop e rock com urgência e autenticidade, em contraste com a música “fabricada” que dominava o rádio. Essa admiração se firmou a partir dos encontros entre as duas bandas, desde 1978, quando dividiram palcos em festivais, até colaborações posteriores.
O guitarrista de Van Halen não poupava palavras ao exaltar o talento de Lukather, considerando-o um músico e compositor singular. Em entrevista de 1993 à Guitar FTPM Magazine, Eddie elogiou o álbum Kingdom of Desire e criticou duramente o que tocava nas rádios, afirmando que Toto estava “anos-luz à frente” da concorrência.
A relação entre Van Halen e Toto revela muito sobre o olhar seletivo de Eddie para a cena musical. Enquanto rejeitava grande parte do pop dos anos 1980, reservava sua admiração quase exclusiva a Lukather e sua banda, reforçando o laço de amizade e respeito entre eles.