Osbourne encontrou em Rhoads a peça-chave para revitalizar sua carreira após a saída do Black Sabbath. Mesmo cercado de dúvidas sobre sua capacidade de se manter relevante como artista solo, Ozzy teve em Rhoads um parceiro que trouxe frescor e inovação, resultando em dois álbuns que marcaram época no heavy metal.

Mas Rhoads não via a parceria como algo definitivo. Desde o início, sua inclinação não estava em seguir eternamente o caminho do metal, mas sim em buscar sua verdadeira paixão, que era a música clássica. No estúdio, tinha liberdade criativa e demonstrava seu talento multifacetado, mas nas turnês, ao ter de tocar repertório do Sabbath, a frustração se evidenciava, já que não se identificava com a sonoridade de Tony Iommi.
A grande diferença no som dos dois primeiros discos solo de Ozzy veio justamente da influência clássica de Rhoads. Ele não apenas compunha riffs inovadores, como também estudava constantemente técnicas de violão clássico durante as turnês. Esse desejo de aprofundamento ficou ainda mais claro quando, segundo sua irmã, ele já se preparava para fazer um mestrado em música clássica.

Ozzy, incrédulo, lembrava que Rhoads já era um astro do rock e poderia “comprar sua própria faculdade”, mas o guitarrista tinha outros planos. Seu objetivo era se tornar um músico completo, muito além do estrelato e dos palcos lotados. Isso já podia ser percebido em composições como a faixa-título de Diary of a Madman, que carregava elementos estruturais típicos de obras eruditas.
Mesmo com sua carreira interrompida de forma precoce, o legado de Rhoads abriu espaço para novas experiências dentro do heavy metal. Cliff Burton, por exemplo, levou adiante essa fusão com a música clássica em composições do Metallica, como “Orion”.