O álbum Hotel California, dos Eagles, quase foi comprometido durante seu processo de gravação devido a problemas de estúdio e circunstâncias inesperadas. Gravado entre os estúdios Criteria, em Miami, e Record Plant, em Los Angeles, o disco marcou uma transição importante para a banda, tanto em termos de integrantes quanto de abordagem musical. A faixa-título se tornou o ponto central da obra, trazendo temas como perda, decadência, excesso e a desilusão com o sonho americano.
Don Henley destacou em entrevistas que a palavra “California” carrega um mito cultural poderoso, moldado pelo cinema e pela música, capaz de evocar imagens e expectativas em pessoas ao redor do mundo. Nesse sentido, a canção “Hotel California” funciona como metáfora de um paraíso ilusório: um lugar que parece perfeito à primeira vista, mas que aprisiona e revela as falhas da sociedade. A visão dos Eagles foi utilizar Los Angeles como representação simbólica de todo os Estados Unidos, evidenciando suas contradições e falhas.
Enquanto trabalhavam no Criteria Studios, os Eagles tiveram que lidar com uma interferência curiosa: o Black Sabbath estava gravando no mesmo espaço, e o som pesado da banda britânica invadia suas sessões, obrigando-os a parar várias vezes. Tony Iommi relembra esse episódio em sua autobiografia, mencionando que os Eagles ficaram incomodados com o barulho ensurdecedor que atravessava as paredes.
Apesar dessa tensão sonora, as trocas entre as bandas não foram unilaterais. Geezer Butler, baixista do Sabbath, contou que o grupo também enfrentou problemas por causa dos Eagles, como ter de limpar restos de cocaína deixados pelos colegas no equipamento do estúdio. Henley chegou a assumir que a droga era parte de seu processo criativo.
