O segundo álbum de estúdio do Rush, foi lançado em 15 de fevereiro de 1975 pela Mercury Records. O disco marcou uma virada fundamental na trajetória da banda canadense, principalmente porque foi o primeiro a contar com o baterista Neil Peart, que não apenas trouxe uma técnica impressionante, mas também passou a assumir a função de principal letrista. Essa mudança alterou completamente a identidade do grupo, distanciando-o do hard rock direto de seu álbum de estreia e abrindo caminho para uma abordagem mais complexa e conceitual.

A entrada de Peart significou um salto criativo. Suas letras, influenciadas por literatura, filosofia e ficção científica, trouxeram profundidade inédita ao som do Rush. Faixas como “Anthem”, inspirada no livro homônimo de Ayn Rand, já mostravam a ambição intelectual da banda, enquanto a faixa-título refletia a experiência pessoal do baterista ao se juntar à banda e sair em turnê. Esse contraste entre potência musical e reflexões existenciais se tornaria marca registrada do trio.
Musicalmente, o álbum demonstrou um amadurecimento notável. As linhas de baixo de Geddy Lee ganharam ainda mais protagonismo, a guitarra de Alex Lifeson alternava entre riffs pesados e passagens melódicas, e a bateria de Peart elevou o nível técnico da banda a um novo patamar. A faixa “By-Tor and the Snow Dog”, com mais de oito minutos de duração, foi a primeira grande incursão do Rush em estruturas épicas e progressivas, antecipando o que fariam em álbuns posteriores como 2112eHemispheres.

Seu impacto histórico é inegável. Ele não apenas consolidou a formação clássica da banda, como também abriu espaço para o Rush ser reconhecido como um dos pilares do rock progressivo. Ao unir virtuosismo instrumental com letras conceituais, o álbum mostrou que o rock poderia ser ao mesmo tempo pesado, sofisticado e inteligente.