O gênero não tem um marco exato de nascimento, mas sua essência está na busca constante por expandir os limites da música. Ian Anderson, do Jethro Tull, enxergou desde cedo o potencial do gênero e ajudou a consolidar um novo espaço para ele, ainda que sua própria banda transitasse entre a aceitação e a rejeição dessa classificação. A proposta era sempre ir além das fórmulas já estabelecidas do rock, misturando estilos e criando obras que pareciam maiores do que a própria vida.


Jethro Tull exemplificou essa dualidade ao produzir álbuns como Aqualung, onde se notam tendências progressivas misturadas a arranjos clássicos como a releitura de Bach em Bouree. Já em Thick as a Brick, o grupo ironizou o próprio gênero ao apresentar um álbum-conceito que parodiava o progressivo, reforçando a ideia de que nem sempre a seriedade artística precisava prevalecer. Essa irreverência coexistia com a sofisticação musical, tornando a banda única no cenário.
Na visão de Anderson, o rock progressivo tinha quatro pilares fundamentais: Genesis, King Crimson, Emerson, Lake and Palmer e Yes. Cada um trouxe uma abordagem distinta — Genesis com teatralidade, King Crimson com atmosfera sombria, Yes e ELP com a grandiosidade que se tornou sinônimo de prog. A esses nomes, Anderson acrescentava Pink Floyd, que com The Piper at the Gates of Dawn, estabeleceu uma base ainda antes do gênero estar definido. Syd Barrett foi, nesse sentido, uma força criadora visionária.


Esses grupos estabeleceram o cânone do progressivo, mas abriram caminho para novas explorações. Rush levou as experimentações a patamares ainda mais complexos, enquanto bandas posteriores como Radiohead se beneficiaram desse legado para construir sua própria identidade.